quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Iae pessoal que curte a paleontologia! Hoje vou colocar a Parte 2 do tópico sobre evolução humana, dando uma geral na evolução dos primatas, inclusive distribuição geográfica. Se você não leu a Parte 1, vá para a postagem anterior.


EVOLUÇÃO HUMANA (PARTE 2)

OS SÍMIOS (ANTHROPOIDEA)



Ancestral em comum com os Macacos do Novo Mundo (Platirrinos)

            Partindo do nosso ancetral em comum com os Társios, que deveria ser muito parecido com o Archicebus achilles, como visto na parte 1, que mesclava características tanto dos Társios quanto dos Símios, vivendo entre 58 e 55 milhões de anos atrás, seguiremos agora até a África, para onde nossos ancestrais migraram, saindo do continente asiático.

            Agora adentrando na Era Oligocênica, que vai de 36 a 23 milhões de anos atrás, um novo grupo de primatas chegou até ao continente africano e por lá se diversificou, dando origem aos Símios. O Norte da África no Oligoceno era preenchido por florestas tropicais, não existindo as partes desérticas de hoje. Muitos fósseis que datam desse período foram encontrados onde hoje é o Egito, de espécies como o Apidium, Parapithecus, Oligopithecus, Aegyptopithecus, entre outras. O Apidium (ver figura 19) aparece no documentário em vídeo sobre pré-história, Walking With Beasts, da BBC, o qual eu recomendo.

Figura 19 - Concepção artística do Apidium no documentário

         Em meados da Era Oligocênica, uma dessas espécies de símios conseguiu o feito impressionante de chegar a América do Sul. Nessa época a América do Sul já havia se afastado da África, embora não tanto como hoje. Este feito já foi amplamente debatido, mas hoje a hipótese mais aceita é a da “balsa de vegetação”, a mesma para os Lêmures que chegaram em Madagascar. Como já foi dito, apesar da ideia a princípio parecer louca, é bastante provável, por conta da escala de tempo de milhões de anos, tendo em vista que já foi observado este fato com migração de espécies atuais. Alguns membros da espécie, por acidente, podem ter ficado entre as plantas de manguezais que se soltaram do continente africano, tendo chegado até a América do Sul, que na época era mais próxima. Chegando à América do Sul, esses símios, chamados de Macacos do Novo Mundo, tiveram campo livre pra se diversificar, dando origem a todas as espécies de Macacos do Novo Mundo conhecidas hoje.
            O nosso ancestral em comum com os Macacos do Novo Mundo, porém, obviamente, não é sul-americano e sim africano, tendo vivido por volta de 40 milhões de anos atrás, mas estes ancestrais africanos foram extintos. Os macacos americanos diferenciam-se dos africanos principalmente no aspecto de algumas espécies possuírem a “cauda preênsil”, ou seja, eles conseguem pendurar usando somente a cauda, bem como todos possuem o nariz mais achatado, com aberturas na lateral, ao invés das aberturas abaixo da base do nariz (ver figura 20). Como os paleontólogos usaram o nariz para diferenciar os primeiros primatas, novamente essa característica foi usada na nomenclatura científica para diferenciar os dois grupos, ou seja, Platirrinos (narina achatada) para os americanos e Catarrinos (narina infradirecionada) para os do velho mundo.
            Outra diferença nos Macacos do Novo Mundo (Platirrinos) é que muitas das espécies não desenvolveram a visão tricromata, com a exceção das fêmeas, ou seja, eles enxergam menos cores do que os Macacos do Velho Mundo. A visão tricromata deve ter evoluído nos Catarrinos após a migração e apenas poucas espécies de Platirrinos e as fêmeas desenvolveram por convergência evolutiva.

Figura 20 - O Bugio, espécie de Macaco do Novo Mundo


Ancestral em comum com os Macacos do Velho Mundo (Catarrinos)



            Partindo do nosso ancestral em comum com os Macacos do Novo Mundo, por volta de 40 milhões de anos atrás, seguindo agora pela outra parte da bifurcação, abordaremos sobre os Macacos do Velho Mundo.
            O nosso ancestral em comum com os Macacos do Velho Mundo viveu por volta de 25 milhões de anos atrás e provavelmente era muito parecido com o Aegyptopithecus, que viveu há 30 milhões de anos atrás (ver figuras 21 e 22).

Figura 21 - Crânio do Aegyptopithecus

Figura 22 - Concepção artística do Aegyptopithecus
            
               Nesta época, o continente africano se isolou de todos os outros continentes, por certo período de tempo, se tornando uma gigantesca ilha, porém, posteriormente, voltou a se unir com a Ásia, quando então algumas espécies de Macacos do Velho Mundo migraram, existindo atualmente espécies asiáticas e africanas. Um exemplo de Macaco do Velho Mundo atual é o Babuino (ver figura 23).

Figura 23 - Espécie de Babuíno


Na figura acima um fóssil de Cercopithecidae, ancestral da família dos babuínos. 

Finalizo por aqui a Parte 2, na próxima parte abordaremos sobre os Hominidae, ancestral em comum com os Gibões, Orangotangos, Gorilas e Chimpanzés. Valeu!

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